A Academia de Líderes Ubuntu (ALU) reuniu mais de 700 participantes de várias Escolas do país, juntou nove nacionalidades, dinamizou mais de 25 workshops e visitas por nove lugares de Sintra, preparou um encontro ibero-americano, uma conferência, dois saraus e lançou o livro “Living Together in Peace”, do Ubuntu United Nations. Mas mais importante: reforçou o espírito Ubuntu!
Durante três dias, a vila foi lugar de esperança, empatia e transformação, assinalando os valores e princípios promovidos pelo projeto e amplamente acolhidos pelas escolas do concelho. A comunidade foi desafiada a servir, pensar, comtemplar e aprender.
Este momento de celebração é uma iniciativa da ALU, organizada pelo Instituto Padre António Vieira (IPAV), com o apoio da Câmara Municipal de Sintra, numa parceria com a Direção Geral da Educação (DGE) e a Organização de Estados Ibero-americanos (OEI).
Unir Comunidades em Serviço, Solidariedade e Sustentabilidade
O primeiro dia do Ubuntu Fest foi um convite ao serviço e à mudança que a Comunidade Ubuntu quer ver no Mundo. Numa tarde dedicada aos utentes da Casa de Saúde do Telhal, realizaram-se atividades lúdicas, numa forma de combater o estigma para com pessoas com doença mental e sensibilizar para a solidão.
No mesmo local, houve ainda espaço para montar uma Feira Popular Ubuntu, preenchida com alegria e jogos preparados pelos participantes, para homenagear e celebrar a comunidade da Casa de Saúde do Telhal.
Simultaneamente, na Praia das Maças, a Comunidade Ubuntu uniu-se em prol do meio ambiente e fez uma recolha do lixo, contribuindo para a preservação do ecossistema marinho.
O dia terminou com muito ritmo no Auditório Olga Cadaval, com o Sarau Ubuntu ao Serviço, com atuações do músico Gonçalo Pratas e da Orquestra Juvenil Mestre Domingos Saraiva.
Um dia para pensar e contemplar
A partir das diferentes experiências em Portugal e no Mundo, a manhã de Conferência no segundo dia do evento, convidou todos os presentes a refletir sobre o papel da filosofia Ubuntu na promoção do ideal de uma só Família Humana.
A cerimónia de abertura contou com a presença do vice-presidente da Câmara de Sintra, Bruno Parreira, do Presidente do IPAV, Rui Nunes da Silva, e do Diretor Geral da Educação, Pedro Cunha. Durante o seu discurso Bruno Parreira sublinhou a importância do compromisso coletivo, destacou que “não é sobre o que todos podemos fazer por um, mas o que cada um de nós pode fazer por todos”.
Até ao palco subiram Alunos, Educadores e Encarregados de Educação, com uma visão 360º do impacto Ubuntu na Escola. Foi ainda discutida a filosofia Ubuntu como uma política pública para a educação e apresentadas as diferentes experiências da Ubuntu Global Network, que juntou num painel Brasil, Quénia, Perú, Espanha, México e Colômbia.
Num testemunho de amor à humanidade, Latifa Ibn Ziaten contagiou todos os presentes, que puderam conhecer a sua história e perceber como é que faz da promoção da dignidade humana a sua missão de vida. “Pude passar uma mensagem de paz e união onde cada um tem o seu lugar, pois é unidos como uma família que enfrentaremos as adversidades”, referiu.
A tarde do segundo dia foi reservada para contemplar a história, património e cultura de Sintra. Da Quinta da Regaleira ao Palácio de Monserrate, do Palácio da Vila até ao Convento dos Capuchos, os participantes desfrutaram de muitos tesouros que a capital do romantismo oferece.
Foi com o Sarau Ramos da Mesma Árvore, protagonizado por Ubuntus de todo o país, que encerrou mais um dia. Num apelo à paz e a vozes que gritem a esperança e não o medo, que perdoam em vez de julgar, que cantam a diversidade e não a discriminação, os participantes foram desafiados a apresentar a sua visão de cada um dos 12 princípios do manifesto Ubuntu.
A Quinta da Ribafria abriu as portas para a filosofia Ubuntu entrar
A energia e criatividade estendeu-se até ao último dia do evento. Os participantes nacionais e internacionais encontraram-se na Quinta da Ribafria, num dia para conhecer e aprender mais sobre a identidade cultural de Sintra e da Comunidade Ubuntu no mundo.
Os Ubuntus Júnior da Escola Várzea de Sintra não perderam nenhum minuto. Salvador, de dez anos, diz que aprendeu mais sobre o que é a empatia: “não é mais do que ser amigo e colocar-nos no lugar do outro”. Para Catarina, de 7 anos, passa por “ajudar as pessoas” e a colega Ema, com 10 anos, completa que também é saber “respeitar os outros”.
Foi em ambiente de festa, que todos foram convidados a participar em workshops temáticos, que incluíram rugby, aulas de dança, jogos tradicionais, cerâmica, música e muita animação!
Alexandra Rocha, Educadora Ubuntu da Escola das Devesas, acompanhou 12 crianças e refere que ”foram três dias de muita alegria, diversão, aprendizagem, cansaço, mas acima de tudo de crescimento! Enquanto professora, mãe e pessoa, se puder melhorar um bocadinho em cada criança que passa por mim e fazê-la feliz, tenho a certeza que se vai lembrar e passar esse bocadinho para outros. Assim o mundo será melhor!”.
Numa sinfonia de serviço, reflexão e celebração, o Ubuntu Fest 2024 deixou um legado de esperança, solidariedade e inspiração para um mundo mais unido e compreensivo.
